Região montanhosa por excelência, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) é um domínio essencialmente granítico, com características diversas, integrando parte dos maciços das serras da Peneda, Soajo, Amarela e Gerês, para além dos planaltos elevados de Castro Laboreiro e da Mourela, que o limitam a Norte e a Leste.
A orientação diversificada do relevo, a relativa curta distância do Atlântico e os grandes desníveis de altitude, favoreceram a formação de uma notável gama de microclimas, os quais permitiram o aparecimento de uma grande variedade de espécies vegetais, onde outrora se abrigava uma riquíssima e diversificada fauna.
As matas climace de carvalhos (comum e negral), associadas ou não ao azevinheiro, ao medronheiro, ao teixo e ao sobreiro, ou a espécies como o feto do gerês, o zimbro, o vidoeiro e o lírio do Gerês, este um endemismo de beleza rara e simbólica apenas conhecido localmente no vale do rio Homem, concedem ao território do PNPG um grande interesse botânico.
A esta diversidade botânica alia-se um importante valor faunístico, aonde é possível encontrar ainda hoje espécies como o lobo, o corço, o javali, o texugo, a lontra, a toupeira de água, a víbora negra, a cobra de focinho alto, o lagarto de água, entre outras de que merece destaque um pequeno núcleo de garranos, últimos exemplares da raça luso-galiciana vivendo em estado de liberdade.
É igualmente rica a avifauna do Parque, destacando-se entre as espécies de maior porte a águia real, o falcão, o açor, o peneireiro e o bufo real. No entanto, mais do que numa ou noutra destas espécies, é na diversidade botânica, zoológica e mesmo mineralógica que reside o maior valor do património natural que o Parque encerra.
Com um território situado em grande parte acima dos 700 metros e pouco ultrapassando os 1.500 metros de altitude máxima, o património geológico é riquíssimo inclui vestígios das glaciações (vales e circos, blocos, moreias), falhas geológicas, domos graníticos, e formações recentes (Quaternário), em particular nas zonas elevadas das serras da Peneda e do Gerês, é uma das características geológicas mais interessantes do PNPG.
As bacias hidrográficas dos rios Lima, Homem e Cávado, que atravessam e retalham este território, condicionaram igualmente a ocupação humana desta região de chuvas abundantes e regulares e de elevados índices de humidade do ar. Com efeito, grande parte das serras que constituem o PNPG foram humanizadas em continuidade pelo menos desde o Neolítico e da invenção da agricultura e da pastorícia.